lunes, 9 de noviembre de 2015

MUDAR OU NÃO MUDAR, EIS A QUESTÃO!

Qualquer realidade deve ser analisada permanentemente de forma global e objetiva antecipando cenários que permitam definir a tempo uma estratégia para a sua implementação. Mas uma evolução na continuidade, frase construída só para mudar nomes ou marcar passo para mais tarde se decidir, só leva à perda de tempo, de recursos e de oportunidades para verdadeiramente se debater o que interessa fazer.


Tudo isto, a propósito de uma proposta apontando para a mudança do posicionamento da AGAP, alargando o seu âmbito a todos os operadores existentes no mercado português. Mudança leva, na maior parte das vezes, a ficar-se na mesma com medo de se falhar o desígnio ou abrir outros horizontes a um futuro mais consentâneo com o desenvolvimento pretendido, eis a questão. Mais do que copiar conceitos implementados por outras associações estrangeiras, decide-se, ou não, a necessidade de novos e aliciantes desafios, mais e diversificados operadores, melhores e atrativos serviços posibilitando uma representatividade que permita mais benefícios para todos. Também é certo que atualmente, e espero não estar a errar, a AGAP é a única associação nacional que não engloba todos os intervenientes no mercado. Fica registado! Os picos anteriores de participação associativa tiveram como temas principais legislação, fiscalidade ou concorrências desleal desigual. Efetivamente são asuntos de enorme importância para o sector mas seria redutor ter uma associação para tão limitada ação.

Por isto mesmo, o crescimento de influência pela AGAP ficou a dever-se em muito ao trabalho desenvolvido por quem foi escolhido pelos seus pares a liderá-la. Seja feita justiça! No debate entretanto aberto, quanto à mudança de posicionamento da AGAP, deve-se equacionar a estrutura de apoio e, principalmente, quem pelo seu perfil e disponibilidade possa liderar a sua implementação.
Consubstanciada com uma bandeira de coesão, código de conduta, que aglutine esforços e vontades pois dispersos pouco se fará para o desenvolvimento de um árduo mas profícuo trabalho.

Tendo os operadores em permanente colisão, num mundo de incertezas, sem uma estratégia e equidade na abordagem inicial, tal poderá trazer a investimentos, saberes, empregos e serviços um desgaste consecutivo perante a realidade política, económica e social numa sociedade que sobrevive com múltiplas e diversas dificuldades. Tal desafio passa por se estimular a confiança na AGAP pela capacidade em dar resposta aos problemas concretos que se abrem com o alargamento. Como prioridade aparece a descentralização pela proximidade aos filiados promovendo a entrada e reentrada de novos e antigos aderentes e alargando-se o seu ámbito a novos públicos com uma poderosa comunicação eficaz por inovadora.

A representatividade na defesa de interesses e direitos será sempre a trave mestra quer seja a AGAP de privados como de todos os que operem no mercado. Um anual Te Deum será, pelo simbolismo, um importante encontro interpares mas serão as constantes missas, por todo o país, que farão passar as palabras coesão e solidariedade. Saber comunicar, mais que uma necessidade, instrumento essencial para o sucesso da via escolhida. O propósito de se ir mais longe e ao encontro das grandes lacunas detetadas, tem de projetar-se, por exemplo, em cursos à distância para fortalecer lideranças ganhadoras, agregar clubes de diversas regiões em trabalho conjunto, dar a conhecer novas tecnologias, tendências e conceitos de gestão adaptadas à realidade, parcerias com universidades e escolas superiores para o desenvolvimento científico do sector, modelos de negócio innovadores com especialistas nacionais e estrangeiros e, finalmente, ações nacionais com temas fraturantes da nossa sociedade. A AGAP deve ser sempre a melhor solução e não colocá-la como mais um problema para o mercado. Por isto mesmo, em caso de alargamento, pede-se sensibilidade para a frota a marear na associação evitando que um hipotético Cabo das Tormentas em mar altaneiro se transforme num outro da Boa Esperança. Tal deberá ser espelhado em informação permanente e atualizada, redução nos custos de funcionamento, formação centrada no desenvolvimento técnico e pessoal em operadores padronizados, grupos de reflexão com diversificada composição para valorização comum e, sempre a desejável comunicação, criando-se uma bolsa de jornalistas praticantes para realçar a excelência do sector.

A importantíssima coesão interna passa certamente pela mobilização militante dos corpos sociais da AGAP através de informação constante e diálogo permanente, promovendo uma rede de contactos aos filiados para dialogar sobre todos os temas achados pertinentes. A nível externo marcar a agenda política de forma pressionante ao mesmo tempo que se projeta a nossa Indústria com iniciativas imprescindíveis ao desenvolvimento de uma sociedade mais saudável, produtiva e feliz. Porque passa também por nós muito do progresso deste país!

Pelo que já se afirmou, e perante o atual contexto do país, devemos continuar a construção de riqueza relacional na sociedade portuguesa, ao transformar a AGAP representativa de empresas com fins lucrativos numa outra AGAP englobando todos os intervenientes no mercado. Pareceme ser, muito sinceramente, uma questão de tempo a sua implementação. a favor, ter a AGAP capacidade para agregar sem dividir através de roturas e cisões hipoteticamente penalizantes. Este afinal o desafio que se coloca agora!

Não faltará muito e diversificado trabalho na AGAP se o mercado achar oportuno mudar o seu posicionamento. Pois alicerces como novos Estatutos, Código de Conduta abrangente, renovado organograma de funções e reforço da estrutura profissional de apoio aos corpos sociais devem ser tidos em conta para se erigir com sucesso o novo edifício associativo. E também, pela responsabilidade da tarefa, muito cimento humano no congregar fortes apoios a um plano de ação transversal necessitando de um sólido suporte financeiro. Um possível acordo para uma AGAP mais abrangente poderá não garantir absolutamente nada mas, contudo, já está a permitir uma discussão que se pretende o mais ampla possível onde todos tenham oportunidade de usar da palavra. Mudar ou não mudar, eis a questão.

José Luís Costa
Presidente da Assembleia-geral da AGAP

 
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