domingo, 8 de noviembre de 2015

INOVAÇÃO NO MERCADO DO FITNESS

As empresas no mercado do Fitness devem ser capazes de se adaptar e evoluir se quiserem sobreviver. Os concorrentes que entram no mercado alteram o paradigma do negócio pois desenvolvem novos produtos e serviços e, nesse sentido, a capacidade de mudança e adaptação é essencial!

Em primeiro lugar é necessário distinguir inovação de invenção. Criar ideias novas (invenção) não significa desenvolvê- las a nível técnico e sobretudo com sucesso comercial. O processo de inovação é interativo e iterativo, pode ser originado numa necessidade do mercado (market-pull) ou por departamentos de Investigação e Desenvolvimento (technology-push), envolvendo várias áreas da empresa, sendo que o output será sempre um produto ou serviço ao consumidor. Segundo Tidd & Bessant (2013) existem 4 tipos de inovação inovação: a) Produto – Mudanças nos produtos ou serviços que a organização fornece; b) Processo – Mudanças no modo como os produtos/serviços são criados e distribuídos; c) Posicionamento – Mudanças no contexto em que os produtos/serviços são introduzidos; d) Paradigma – Mudanças nos modelos mentais e de enquadramento do funcionamento da organização. No mercado do Fitness podemos dar os seguintes exemplos:

As empresas devem ser capazes de se adaptar à mudança constante no mercado e ter umleque de opções para o efeito. O processo de planeamento estratégico depende dos recursos da empresa, da sua herança, capacidades e aspirações. Neste contexto,podemos optar por diferentes estratégias. Trott (2011) refere uma estratégia de 1) Leader; 2) Follower; 3) Imitative; 4) Market Segmentation Specialist. Porter (2010) identifica 1) Leadership; 2) Followership. Kim & Mauborgne (2005), abordam 1) Blue Ocean; 2) Red Ocean. Nem sempre o first mover ou pioneiro vence no Mercado, seja por falta de recursos, desenvolvimento tecnológico ou inadaptação do consumidor no momento do lançamento.

É essencial que os empresários percebam que a necessidade deinovar é essencial à sobrevivêncianum oceano de competição. Kim & Mauborgne referem a Blue Ocean Strategy desta forma: 1)criar um mercado incontestável, em vez de competir no mercado existente; 2) Fazer a concorrência irrelevante em vez de os superar; 3) Criar e capturar nova procura,em vez de lutar pelos mercados eclientes existentes; 4) Quebrar o paradigma custo/valor, procurando diferenciação e baixo custo. Quando vemos esta estratégia, percebemos porque é que o Crossfit venceu no mercado.Criou um mercado diferente, feza concorrência irrelevante (praticando preços superiores a Health Clubs convencionais), criou nova procura (o desporto do Fitness) e conseguiu uma elevada diferenciação com baixo custo, tudo com um sentimento de comunidade e sobretudo de competição.

Então, o que podemos fazer para desenvolver novos produtos e serviços? O que podemos fazer para sermos inovadores? Em primeiro lugar temos que perceber o conceito de empreendedorismo. O empreendedorismo é a atividade que envolve a descoberta, avaliação e exploração de oportunidades para a oferta de novos produtos e serviços, modos de organização, mercados, processos e matérias primas através de esforços organizacionais que não existiam previamente (Shane & Venkataraman, 2000).

O empreendedor distingue-se do gestor pela criação de novos produtos e serviços vs estabelecimento de uma vantagem competitiva com os produtos e serviços criados. Pela criação e desenvolvimento de ativos próprios vs otimização da utilização de ativos alheios. Com propensão para o risco vs aversão ao risco. Através da intuição, inovação e desafio vs uma análise e decisão estruturada. Quando analisamos o mercado, somos confrontados com inovações criadas por empreendedores como Randy Hetrick e o TRX, Joseph Pilates e o método Pilates, Greg Glassman e o Crossfit, Beto Perez e o Zumba, Johnny Goldberg (Johnny G) e o indoor cycling entre outros. 




Porque é que estes novos produtos e serviços geralmente não são criados dentro das organizações ou empresas de Fitness? O que é que condiciona esse desenvolvimento?

Sabendo da importância da inovação, porque é que não dedicamos tempo à investigação?
O que é que podemos fazer na nossa organização para mudar este cenário?
As componentes de uma organização inovadora, segundo Tidd & Bessant (2013) são as seguintes:

  • Visão partilhada, liderança e vontade de inovar: Propósito partilhado, intenção estratégica definida e comprometimento da gestão de topo.
  • Estrutura apropriada: Desenho da organização que permite a criatividade, aprendizagem e interação.
  • Pessoas chave: Promotores, campeões e outros papéis que facilitem e acelerem a inovação.
  • Trabalho em equipa efetivo: Uso adequado de equipas para resolver problemas. Exige investimento na seleção e construção de equipas.
  • Desenvolvimento individual contínuo e esforçado: Comprometimento de longo-prazo na educação e formação.
  • Comunicação extensiva: Interna – lateral, top-down e bottom-up – e externa.
  • Alto envolvimento na inovação: Participação em atividades alargadas de melhoria contínua da organização.
  • Focus externo: Orientação para o cliente, interna e externa. Redes extensivas.
  • Clima Criativo: Aproximação positiva às ideias criativas, suportada por sistemas de motivação relevantes.
  • Learning Organizations: Altos níveis de envolvimento, interno e externo, na experimentação proactiva, na deteção e resolução de problemas, comunicação, partilha de experiências e captura e disseminação de conhecimento.


Para que a sua organização seja capaz de inovar, é fundamental que fomente o Intra-empreendedorismo, ou seja, a descoberta, avaliação e exploração de oportunidades para a oferta de novos produtos e serviços pelos seus colaboradores, fomentando uma cultura de inovação. Fomente a criação de espaços de diálogo e vias de comunicação para apresentação de projetos, para que os colaboradores se sintam à vontade para partilhar as suas ideias. Crie uma cultura de abertura, invista na formação dos seus colaboradores (incluindo visitas a concorrentes, feiras e congressos) e partilhe informações relevantes, mas acima de tudo dê-lhes tempo para pensar e refletir durante o seu horário laboral.

“A inovação distingue o líder do seguidor.” Steve Jobs.

José Teixeira
Diretor de Operações da Solinca
Executive MBA IN DEG – ISC TE

 
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