sábado, 23 de julio de 2016

As 10 tendências do fitness em 2016


Também este ano, e pelo décimo ano consecutivo, o American College of Sports Medicine (ACSM) previu as 20 tendências de fitness para 2016, inquirindo Estudantes, Personal Trainers, Terapeutas e Diretores de unidades de fitness ou médicas.


Entre os “habituais”, que persistem nesta tabela, existem novas e surpreendentes entradas que indicam a crescente maturidade do sector, equilibrando atividades e metodologias de performance, com outras dedicadas a populações ou contextos mais específicos, procurando o treino de outras qualidades, igualmente importantes. A grande controvérsia: os Wearables e as Smartphone Apps. A grande ausência: Children Obesity

Desde 2006 que o ACSM procura prever as grandes tendências no sector do Fitness mundial. Este ano, e comparativamente ao primeiro questionário proposto há uma década, nota-se o crescimento nas respostas obtidas: em 2006 responderam cerca de 500 profissionais enquanto em 2016 responderam cerca de 3000. Outro bom apontamento é que as tendências, na sua generalidade, mantêm-se estáveis provando que não são modas e que devem ser seguidas e estimuladas para que se possa influenciar positivamente o sistema e os seus processos, a favor dos praticantes que são os que mais devem beneficiar com estes ajustes. 

Este ano o 1º lugar é ocupado por uma entrada direta e logo para o topo da tabela. Wearable Technology foi identificada como principal tendência para 2016. Existe porém controvérsia face a este destaque, já que alguns profissionais não negam a sua utilidade para efeitos de motivação e acompanhamento mas receia-se que estes dispositivos possam induzir os utilizadores em erros, comprometendo a segurança e eficácia do treino, e subvalorizando a importância do acompanhamento técnico e certificado. Alguns apostam na necessidade destes dispositivos para manter uma presença dos benefícios do exercício e atividade física diária regular e continuada, enquanto outros questionam a validade dos valores obtidos e das métricas utilizadas. 

Em 2º lugar está Body Weight Training, o que demonstra que as pessoas estão sempre mais conscientes de que para treinar não é essencial procurar uma carga externa. Acredita-se também que esta tendência deve-se ao iminente envelhecimento da população mundial e à necessidade de educar as pessoas a suportar o peso do seu próprio corpo, sendo esse a carga mais pesada que deverão carregar até ao final dos seus dias.

O 3º lugar é ocupado pelo High Intensity Interval Training que entrou diretamente para primeiro em 2014 e que veio a descer gradualmente nos 2 anos seguintes. Embora existam ainda dúvidas relacionadas com a segurança na execução deste tipo de treino, a sua eficácia e curta duração fazem com que muitos profissionais e unidades de Fitness prescrevam esta metodologia, que muito tem sido apreciada pelos praticantes. 

No 4º lugar mantém-se o sempre popular Strenght Training. É muito utilizado por vários segmentos de praticantes, desde idosos para efeitos de manutenção da massa muscular e prevenção de sarcopénia ou osteopénia, a mais jovens para crescimento e reforço da estrutura muscular. O treino de força acaba por completar sempre todas as atividades desenvolvidas nos centros de Fitness ou unidades médicas.

Em 5º lugar figuram os Educated, Certified and Experienced Fitness Professionals. Num sector em franca expansão e crescimento, a procura de profissionais de qualidade tem sido prioridade para muitos operadores que, naturalmente, compreendem a necessidade de recrutar, selecionar e manter equipas competentes e habilitadas. 

O 6º lugar tem sido ocupado por Personal Training, com muitas poucas oscilações nos últimos 4 anos. O treino “um-para-um” continua a ser inquestionavelmente a melhor forma de obter resultados – de que natureza sejam – e de conseguir uma experiência de treino recompensadora. O profissional assume total destaque e posiciona-se como intérprete no treino, prescrevendo, medindo e controlando todas as variáveis. 

Em 7º lugar, o Functional Fitness teve a sua entrada no questionário de 2007 e desde então tem sido uma presença constante. Desde 2010 tem-se sempre mantido nos primeiros dez lugares, afirmando a importância de incluir nas rotinas de treino metodologias que estimulem várias qualidades que melhorem a capacidade de cumprir tarefas diárias e que aumentem a qualidade de vida e longevidade.

Acompanhando a tendência anterior, em 8º lugar está Fitness Programs for Older Adults. O fenómeno “Baby Boom” indica que, tipicamente, estas pessoas têm mais tempo e maior capacidade financeira. Este mercado tem vindo a crescer e tanto profissionais como operadores têm estado alerta face à necessidade de criar programação mais adequada a este segmento. 

Em 9º lugar está Exercise and Weight Loss, que acaba por dar resposta à grave situação da mortalidade originada pelas doenças não transmissíveis, muitas delas originadas por hábitos de vida inadequados e obesidade. Destaca-se aqui a necessidade de encontrar um melhor equilíbrio entre nutrição e exercício físico.

No 10º posto, finalmente, enquadra-se a atividade de Yoga. As atividades de grupo têm sido inconsistentes nos questionários porque, geralmente são consideradas modas e não tendências. No passado, houve entradas como Zumba, Pilates, BootCamp e Indoor Cycle, mas são sempre passagens muito temporárias. Yoga, porém, tem sido uma presença bastante assídua, acredita-se devido à própria consistência do método em si. 

A grande ausência é relativa a Children and Exercise for the Treatement and Prevention of Obesity. Em 2013, esta tendência estava em 4º lugar, demonstrando a importância na prevenção e tratamento da obesidade infantil. Em 2014 e 2015 decaiu para 11º e 17º posto e, finalmente, este ano não chega sequer aos primeiros vinte lugares da tabela, ficando-se pelo nº 24. 

Este questionário é de extrema importância tanto para profissionais como para operadores. Permitem uma análise alargada do espectro de atividades e metodologias que poderão moldar o futuro da indústria permitindo também direcionar e capitalizar investimentos para as áreas emergentes.

________________________________________________________________________

MATEO CERRUTI
Licenciado em Educação Física e Desporto pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Contribui para o desenvolvimento do sector de Fitness em Portugal desde 1996, liderando equipas, formando instrutores e diretores, influenciando praticantes e criando novos produtos com maior ênfase em treinos e aulas em grupo
Group Exercise Director – Holmes Place Group

 
Gym Factory Portugal © 2014 gymfactory.net & Gym Factory . ...