1. Nesta nova jornada como presidente da AGAP, qual a sua opinião em ter uma publicação como um meio oficial de comunicação com o mercado do Fitness?
O Mercado do Fitness Português dispõe de um elemento de comunicação privilegiado, a revista Gym Factory, hoje uma realidade, que se afirmou com os oito números já distribuídos em Portugal.
Este meio de comunicação oficial da AGAP, fruto da incondicional disponibilidade da LEDO Sports & Events, na pessoa da sua
diretora, Inés Ledo e da vontade da anterior Direção, consubstanciada nas pessoas do seu presidente, José Júlio Castro e do seu vice-presidente, Armando Moreira, este último responsável pelo excelente nível de qualidade editorial da Gym Factory, tem tido um papel de relevo na comunicação da AGAP com os seus associados e com o mercado do Fitness de uma forma geral, através da garantia de uma distribuição gratuita e efetiva.
É comum, hoje, entrarmos num clube de fitness e encontrarmos a Gym Factory entre as revistas à disposição dos seus associados, o que é muito gratificante e demonstrativo do interesse e valor percebido da mesma.
2. Qual é o projeto AGAP para 2016?
Em primeiro lugar pergunto-me: “ Onde queremos estar?”. Tendo como Visão – “Ser o ponto de convergência da prática do exercício físico em Portugal” e como Missão – “Apoiar, com transparência, todos os associados, promover a prática do exercício físico e garantir a qualidade do serviço prestado ao consumidor” diria que, com uma realidade preocupante, quanto aos baixos rácios da população portuguesa que pratica atividade física acompanhada, de 7%, segundo os dados do último Barómetro do mercado português, comparados com os 18% dos nossos vizinhos espanhóis, um dos objetivos, desta equipa, passa por criar condições que promovam a prática do exercício físico na população inativa, quero dizer, “tirar as pessoas do sofá”, adotando hábitos de vida saudáveis.
Tendo em conta que a prática de exercício físico tem implicações diretas e incontornáveis na qualidade de vida da população, na melhoria dos seus índices de produtividade, na diminuição do absentismo, na prevenção de doenças, nomeadamente no flagelo da diabetes tipo II, com os tremendos custos diretos no SNS, entendemos dever continuar a alertar as autoridades para esta realidade. Nesse sentido proporemos medidas do foro fiscal, com a eleição, em sede de IRS/e-fatura, das faturas dos ginásios, por forma a dar às pessoas vantagens diretas, claramente percebidas, que as motivem a aderirem à prática do exercício físico acompanhado.
No âmbito das empresas, entendemos promover um plano de vantagens fiscais, em sede de IRC, para aquelas que apoiem, incentivem e patrocinem os seus colaboradores na prática de atividade física acompanhada. O mesmo, também, para as do nosso setor, por elas próprias promoverem e oferecerem melhores condições de saúde e bem-estar, com a adoção de estilos de vida saudáveis aos seus sócios.
O desafio abraçado pelos atuais Corpos Sociais para o presente ano é ambicioso, tendo como ponto de partida a conclusão do Projeto Integrador iniciado pela equipa antecessora. Com isto pretende-se um crescimento da AGAP, com a abertura dos Estatutos à entrada de novos associados.
Entendemos que um setor mais informado e unificado será sinónimo de um setor mais eficiente, com maior representatividade, logo com capacidade para melhor se fazer ouvir.
Pretendemos promover, junto da Tutela, ações de esclarecimento sobre a legislação que regula o setor, bem como garantir a sua informação atempada.
Entendemos, também, fazer sentido propor que os dois principais eventos do mercado português do fitness, o “Encontro Nacional”, da AGAP e o “Portugal Fit”, da Manz, tivessem uma realização integrada e simultânea, dando corpo a um mega evento de dimensão europeia.
Vamos continuar a apoiar os associados nesta luta contra a distorção de concorrência. Pela primeira vez, já em Abril de 2016, foi a própria ASAE a pedir à AGAP a denúncia dos locais à margem da Lei que os nossos associados tenham identificados. Até hoje podemos ter perdido muitas batalhas mas esperamos, no final, vencer a guerra.
3. Consideraria interessante a existência de consórcio de empresários em Portugal e Portugal?
Num contexto de mercado ibérico, encetámos um processo de criação de uma “Confederação Ibérica”, desafiando, para isso, a nossa congénere FNEID-FEDERACIÓN NACIONAL DE EMPRESARIOS Y INSTALACIONES DEPORTIVAS e a FVAS-FUNDACIÓN VIDA ACTIVA Y SAUDABLE. Pretendemos, com esta aproximação, partilhar experiências que promovam “Mais Pessoas, Mais Ativas, Mais Frequentemente, Praticando Exercício Físico Acompanhado” junto de todos os intervenientes do mercado do fitness ibérico.
4 – Como liga este cargo com a sua experiência profissional?
Trabalhei vários anos na gestão de operações comerciais e de serviço a clientes, na gestão de manutenção e de novos projetos, e na coordenação de equipas comerciais, tendo desenvolvido competências na liderança de equipas. Como empresário, em diferentes ramos de negócios, dediquei-me à importação e distribuição de equipamentos.
Durante seis anos assumi funções de direção na Área de Lazer da Sonae Turismo, tendo nomeadamente sido Diretor Geral do Negócio de Entretenimento Familiar. Anteriormente, no mesmo Grupo, estive ligado à Modelo Continente.
Desde 2003 que sou Managing Partner da Fitness Interests, assegurando as funções de Direção Geral/Gestão Operacional do Negócio da Kangaroo Health Clubs.
Em 7 de Janeiro de 2016 tomei posse como Presidente da direção da AGAP, numa lista que inclui pequenos, médios e grandes ginásios, do continente e ilhas.
5.- Finalmente, o que gostaria de dizer aos leitores da Gym Factory?
O sector do fitness ganha diariamente novos ginásios, novos profissionais e mais clientes. Somos um sector que desperta cada vez mais atenção e interesse pelos media e pela comunidade médica face aos desafios que as sociedades colocam, nomeadamente, o envelhecimento, o combate da inatividade física e da obesidade.
Em Portugal, segundo a nossa estimativa face aos últimos resultados do barómetro, estaremos ligeiramente acima dos 700 mil praticantes. Será que podemos ambicionar um milhão de membros em 2020? Parece realista um crescimento anual de 100 mil novos clientes nas nossas instalações?
Na AGAP acreditamos que sim e temos motivos para estar orgulhosos da recuperação e do crescimento alcançado, após este inicio de década bem complicado. Cada um de nós será parte desse caminho, um caminho ambicioso, nem sempre fácil e com obstáculos permanentes.
Sendo a AGAP uma associação que hoje congrega diferentes stakeholders – instalações de fitness, profissionais e fornecedores – vimos desafiar-vos com uma estratégia nacional de promoção da atividade física em que todos possam contribuir. Estratégia essa que desejamos venha a ter o apoio da Tutela, do Conselho Nacional de Desporto e onde a Gym Factory terá um papel fundamental para chegar a todos estes públicos.
Contem connosco, preocupamo-nos convosco.
João Mousinho Pimentel
Presidente da AGAP
