Com a chegada do Outono, muitas pessoas
sentem falta de energia e sofrem de sintomas como depressão, tristeza profunda,
irritabilidade, apatia e maior necessidade de comer doces. Uma
simples consequência do retorno à rotina depois
das férias? NÃO. Estamos perante o denominado Transtorno Afetivo Sazonal
(TAS).
O Transtorno Afetivo Sazonal, também conhecido pelas sigla TAS, é um tipo de depressão que aparece nos meses de frio. Surge no outono e começa a desaparecer no inicio da primavera, quando os dias ficam mais longos.
Os sintomas que apresenta,
característicos dos transtornos depressivos, podem ser mais leves ou mais
pesados. Mudanças no humor, melancolia, irritabilidade e falta de interesse
pelas atividades habituais, são os sintomas mais comuns. Quem se encontra
afetado pelo transtorno, sente que tem menos energia e capacidade de
concentração, que se vai agravando à medida que avança o dia, assim como um
maior desejo de consumir alimentos doces, como chocolate, o que normalmente
resulta num aumento do peso.
Apesar de ser uma doença “invisível”,
estima-se que cerca de 5% da população espanhola sofra da mesma. Esta
percentagem aumenta nos países em que as horas de luz solar são mais reduzidas.
EM BUSCA DA LUZ
A luz parece ser a causa, ou melhor, a
sua falta. Neste sentido, tem-se especulado que a terapia com luz artificial
poderia ser um bom método para combater esta patologia. Existem inúmeros
estudos que apontam a fototerapia como uma arma efetiva contra os sintomas do
TAS. Para tal, é usada uma lâmpada extremamente forte que imita a luz do sol. A
má noticia é que o método não é eficiente em todos os casos, surtindo efeito em
somente 50% dos afetados.
O
EXERCICIO OTIMISTA
Está demonstrado que o exercício físico
é muito mais do que uma maneira de fortalecer e tonificar os músculos. É, em si
mesmo, uma grandiosa terapia contra muitos males do nosso dia-a-dia. Este
poderá ser, entre as inúmeras prescrições possíveis, um veiculo de tratamento
para a depressão, assim como para o TAS. Uma atividade aeróbica realizada ao ar
livre parece ser a combinação mais apropriada. Não obstante, a experiencia
sugere que muitos dos afetados parecem melhorar através do Pilates. Porquê?
Pode realmente o Pilates ajudar no combate a este e outros problemas da mente?
Joseph Pilates interessou-se
especialmente na relação que havia entre o corpo e a mente, especialmente no
modo como o exercício físico a afeta. “O exercício físico é o primeiro
requisito para a felicidade”. As suas ideias revolucionarias para a época
acerca dos benefícios que o exercício físico tem no nosso estado mental,
confirmaram-se na atualidade.
O exercício liberta endorfinas,
hormonas que conduzem a estados de euforia e bem-estar. Se aos efeitos destas
hormonas acrescentarmos as consequências naturais da prática regular de
exercício físico, conectando corpo e mente, como ocorre no Pilates, os efeitos
sobre a nossa mente são muito maiores. O Pilates caracteriza-se pela prática da
perceção do nosso corpo, fluindo naturalmente com o movimento, num modo de
meditação consciente. Através desta atividade, não só se aumenta a dinâmica e
qualidade dos movimentos corporais, como também é tratado o estado de ânimo.
Por consequência, o movimento
consciente é a expressão do que se passa no nosso interior. Uma postura fechada
e cabisbaixa, por exemplo, expõe uma depressão
ou um problema por resolver. Desta maneira,
pode-se trabalhar a postura, combatendo o problema desde a raiz. Por outro
lado, o movimento estimula igualmente as sinapses nervosas, estabelecendo novas
conexões entre neurais, isto é, o cérebro cresce e aumenta a sua capacidade de
relacionar conceitos.
É assim que, por vezes, as terapias
mais valiosas não passam por formulas químicas nem por robustas maquinas de
tratamento, mas sim as terapias oferecidas pelo nosso próprio organismo.
Movimento, consciência e conexão corpo-mente, são as chaves do Pilates e
igualmente as chaves do bem-estar. Quem sabe não será um caminho mais direto e
eficaz nessa grande busca pela felicidade.